Se pensar foi um dom que Deus nós deu
Esse dom se voltou contra nós mesmos
Este presente que recebemos,
Virou à maior e a pior arma
Que um dia poderemos ter
A arma que destrói o próprio ser humano
Que tenta reinventá-lo
Que analisa o seu próprio pensamento
E reformula a sua própria forma de pensar
A mesma que faz com que poucos tenham muito
E muitos tenham que fazer o milagre da multiplicação
Colocar mais água no feijão
O dom que nos fez mudar, criar, modificar o espaço em que vivemos
O mesmo dom que nos fez, transformar a nós mesmos em coisas
Em mercadorias em uma prateleira
Não considerar a alma, pensarmos que somos melhores
Ou simplesmente iguais
A arma que nos fez fazer revoluções
E que fez com que ficássemos calados, cegos
E somente vermos a ilusão de um mundo melhor
A arma que nos fez matar milhões, somente pela fé
O dom, que nos fez criar armas que nos destrói
A criar a nossa própria destruição
O dom que nos fez sermos desiguais e iguais em nossas diferenças
A arma que usada corretamente pode nos trazer benefícios
E aquela que pode simplesmente se submeter a um mundo confuso
E todo esse caos provocado por nos mesmos,
Frutos de nosso próprio dom
Que nós mesmos podemos:
Modelar, construir, reformular
Do que adianta ter o dom e a arma?
E simplesmente não ter nem mesmo um por cento desse dom
E nem duzentos dessa arma
Somente para nos destruirmos e acabarmos conosco
E a culpa de quem é?
E de um no passado?
Ou de nós no presente?
Simplesmente a culpa pode ser nossa, por termos pegado este dom
E transformado-o nesta arma fatal.