sexta-feira, 23 de julho de 2010

Olhar da página 43, continua...

Uma lágrima que cai de nossos olhos que pode ser de alegria ou tristeza profunda. Gota d'água com gosto de salgado mancha as letras que formam o grande livro que estava sentada a ler. Seu espírito voou por diversos lugares para fugir ou amenizar a dor e o sofrimento de mais um dia. Seus pais estavam a brigar e ela estava a escutar tudo novamente do quarto, com a luz meio fraca e a janela desde a última noite aberta. Já era por volta das nove e vinte e três minutos quando ouvi-se um grito de dor. O inferno de vida volta e estala-se novamente em sua vida, deita-se sobre a cama e as lágrimas que antes caiam sobre as palavras do livro as manchando agora molham o travesseiro branco que estava no canto da cama encolhido como a garota que a segurava.

Manhã e a menina é acordada com a luz do sol a bater sobre sua face e as lágrimas secaram-se ao adormecer da noite passada. Levantou-se e despiu-se antes de estar debaixo do chuveiro a sentir a água fria tomar conta de seu corpo, arrumou-se rapidamente e pegou sua mochila que estava sobre o sofá desde a noite passada. Sua mãe estava próxima a saída e deu-lhe um beijo a face e saiu. Os trilhos são companheiros, passo a passo via todos a enganarem-se.

Antes de ir à escola ela pára em uma praça, senta-se frente a uma fonte a olha e vê a beleza da água e a simplicidade que a mesma tem. Olhava para todos os lados e viu pessoas andarem para todos os lados, cada um com sua rota de destino traçada, estava rodeada de pessoas, no entanto, sentia-se só. Solidão doce e fria. Levantou-se e saiu a andar novamente pelos trilhos com uma rota onde não sabe qual o fim e nem a sequência, só sabe-se que esta na mesma e que tem que a continuar, mas por quê? Quem sabe diga-a a resposta.

E chega a escola, senta-se em uma cadeira da biblioteca retira de sua mochila um livro verde e o abre, lê as duas primeiras frases da página quarenta e três do livro. Ao final da segunda frase coloca o livro sobre a mesa vai e ao bebedouro espera uma garota que estava a beber água e após alguns minutos volta a mesa onde esteve sentada antes e encontra sobre seu livro um pedaço de papel de caderno simples escrito um ou dois versos e uma observação que a fez sorrir. Abriu o livro novamente e colocou na página quarenta e três os versos que receberá, olha para uma outra mesa da biblioteca e seu olhar dirige-se a um certo rapaz e ri, seu olhar volta-se novamente as frases que estavam ao início da página.

domingo, 18 de julho de 2010

Manhã de outono, continua...

Cheiros ao ar, são perfumes que voam sem limite para parar, são as nuvens que perdem-se as formas e as ganham a cada momento. Uma jovem com camisa grande, mal cabia em seu corpo, mas a tornava mais linda. Em suas mãos uma xícara e um pedaço do pão que comera a tempos. Um abraço por trás, um beijos em sua face, um carinho que não se têm igual. O rapaz que a beijou na face, melou seus dedos de tinta vermelha, a pintou com os dedos e correu. A garota deixou a xícara sobre a mesa e saiu a correr a procura do rapaz que já sairá para o jardim. Vendo-lhe passar frente a janela saiu e foi ao seu encontro, com os dedos também melados de tinta. ,


No jardim o pegou e o melou, ele passou tinta por seus braços, e melaram-se. Caíram ao chão, deitados um ao lado doutro, olharam-se, risos somente ouvia-se. A mão do rapaz foi de encontro a face da garota, deslizou-se os dedos novamente, aproximaram-se os corpos e como uma orquestra em perfeita harmonia seus lábios encontraram-se e converteram-se em somente um fluxo. Ela jogou-se sobre o corpo dele e continuou a beijá-lo. Seus corpos fizeram uma perfeita dança um ao outro, sincronizados movimentos de paixão e desejo. O alarme do relógio do moço que a acompanha toca, mas os sons não existiram nesse momento. Foi quando ela saiu do compasso a sincronia, saiu de sobre seu corpo e o pintou na face e correu.

Na mesa as xícaras jogadas ao canto, na escada passos rápidos. O quarto ganha presença firme. Quando vêem-se estão novamente os dois sendo molhados debaixo de um chuveiro, a agua fria torna-se morna com seu calor.E um beijo ganha mais chama que antes, toalhas e um abraço. Fim de uma manhã de outono que realmente não é igual as outras.

sábado, 17 de julho de 2010

Mulher de vermelho, continua ...

A chuva voltou, pingos caem no chão deixando-o molhado e o transformando em espelho de cristal, quebrado a cada passo sobre o mesmo. Uma cama, somente a cama, sobre ela um lençol fino branco, nada de mais, somente o retrato de um quarto como outro qualquer. A janela aberta a procura de sua liberdade. O ar circulava cada canto dos cómodos. Uma mulher jogada sobre a cama, com uma força tão doce quanto amarga sua presença, seu contraste para com as cores suaves que ganham uma vibração forte, um vermelho que ao cair sobre os lençóis aparenta a mancha de amor ou ódio ao mesmo tempo. Leve deslizada dos dedos sobre a face da mulher de vermelho, entrega do corpo com ódio e desejo, os lábios do homem que a acompanha descem o seu corpo, a beijam, a sentem. Logo somente se vê no quarto o perfume do desejo, o contraste se perdi ao chão, assim vai-se o tempo. As unhas pintadas também de vermelho arranham as costas do homem que a acompanha, as fixam, enlouquecem-os de desejo. Deixam de serem corpos separados a unir-se em somente um, encaixando-se perfeitamente um ao outro, cada qual conhecendo suas almas.

Dores, chamas de prazer são declaradas a cada momentos de unificação. São brasas que mantém-se acesas sem a necessidade de mais nada existir, e o momento torna-se longo e eterno. A janela que procurava liberdade a encontra ao entrar pelo seio da paixão e tornarem-se um quebrados em dois.

Bilhete continua...

Dia frio, gotas de agua caem sobre a face da linda garota, andando sobre os trilhos. Um lugar escuro, mas cheio de beleza, árvores fazem um escudo de folhas com pingos a cair um a um no chão ou secarem com a luz do sol que as vêem contemplar. A rua estava movimentada, todos andavam rápido, num fluxo constante, pessoas de todos os lados, com seus carros, suas bicicletas. Mas são somente pessoas andando indo de encontro a sua verdade. E a menina fora vagarosamente, passo a passo, olhando cada olhar, olhares abatidos, olhares felizes, mas só são olhares. Sentou-se em um banco publico. O garoto doutro dia sentou-se novamente a seu lado, olhava-a sem declarar nada. Quando a menina pegou um pedaço de papel, escreveu uma ou duas palavras e o deu. Deu-lhe o papel seguido de um beijo com um pingo molhado a face, mas nada que não desse maior emoção ao momento. Retirou-se e se foi.

Menina, continua...

Uma menina sentada com olhar pensativo, todos não a compreendiam. Era somente uma menina quieta sem mais nenhum brilho especial, mas dispertava duvidas, enigmas emaranhados nas mentes dos jovens que a rodeavam.Sua mente estava além do fisico, estava a sumir do espaço e concentra-se somente numa bela manha de outono, com as arvores já secas, sem vida, sem o verde que antes as deixavam lindas e encantadoras. Manhã, deste mesmo dia, colocou entre seus fios de cabelo uma rosa, saiu a caminhar. Chegou a um jardim, deitou-se em uma arvore e via uma folha a cair. Um menino sentou-se ao seu lado, não a disse nada, somente sentou-se e a olhava e os olhos da garota contemplavam a folha a cair. Levantou-se e deu-lhe um beijo em sua face e saiu do local.