sábado, 30 de janeiro de 2010

Filho maldito

Se eu soubesse pelo menos como é a vida
As historias que ouvi são ótimas
Parece um paraíso perdido nas mãos dos tolos
Quando nascer eu mudarei essa história

Choro ao saber que meu pai não me quer,
Sou apenas um feto que não tem amor,
Que nem sabe se irá viver
Ele diz que sou um acidente

Aborto?
- isso mesmo Aborto de uma vida
Excluída a identidade, dessa sociedade
Eu não pude nem mesmo ver a luz do sol
Cortaram-me esse direito
Agora sofram com uma falta eterna

E eu num banho carinhoso do ventre de minha mãe
Olhava esse mundo que descobriria que é uma farsa
Minha mãe com medo do tal aborto
Deu-me a luz, a luz maldita
Largou-me pela vida, que aprendesse sozinho
Que aprendesse a ser gente

Família, palavra desconhecida
Sou um selvagem, não tenho sentimentos
Sentimentos?
Nem sei se existem, se existem só
Só os de fé, ela tem
Por que eu estou só
Alias tenho a Deus, o guarda
Humanidade suja. Largaram- me e fizeram-me sofrer
O que eu os fiz?

Filho maldito, diria a minha mãe
Filho sem base, concreto
Sou uma edificação
Largada ao inicio, sem base ou amor.
Obra maldita!

Amor, eu não sei o que é
Mas vida, sei bem!
Sei e sempre saberei sobre a pior coisa
Vida!
Filho maldito.

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