sábado, 19 de maio de 2012

Dançar 2


Bolsa verde e com brilhantes, o mesmo vestido vermelho do ultimo serviço. Parada de ônibus. Sinaliza com a mão para que o ônibus pare. Cobrador boque aberto. Para frente ao shopping e vai assistir a seu filme. Sessão das 15 horas, o filme: “Do começo ao fim”, a história de dois irmãos que se apaixonaram. A cada cena de amor, de declaração Patrícia comia uma jujuba. Sempre foi doida por jujubas e quando vai assistir a filmes leva sempre uma barra de chocolate e jujubas. Meio do filme declaração de amor de Thomas para Francisco; o telefone toca- mensagem de Manuel- Patrícia desliga o celular.
Fim de sessão, todos ligam o celulares. Mensagem de Manuel: “Eu sei que você piri, sei que você quer seu cachorrão, dá uma chance vai”.  Apesar de toda roupa de piriguete, de todo seu estilo novinha Patrícia sempre foi muito conservadora em alguns aspectos, inclusive quanto o trato a mulher. Iria responder a mensagem quando vê uma pessoa conhecida, conhecida por demais. A pessoa era Bob que estava com o esposo de Leocondina. A principio ela iria falar com os dois, mas observou uma intimidade entre eles muito suspeita. Ficou de longe a vislumbrar a situação. Fora quando para sua infelicidade o esposo de Leocondina a viu e a sinalizou; Bob ficou logo meio desconfortável com a presença da namorada no resinto e do que ela poderia perceber da situação. Patrícia vai até os dois, cumprimenta o esposo – Bruno- de Leocondina, depois dá um beijo em seu namorado; o que deixa mais Patrícia desconfiada é que Bob estava com um comportamento meio estranho. Despediu-se dos dois, tinha um serviço ainda a noite na Lapa.
Noite, Salão da Judia. O Salão da Judia era um salão popular na Lapa, as maiorias das mulheres de altas, baixas ou médias classes frequentavam constantemente o salão. Judia era amiga de Patrícia de infância, as duas se criaram no bairro do Iburitã. Judia trabalhava como manicure assim como Patrícia desde nova e logo abriu seu salão de beleza, as duas trabalhavam juntas no inicio do salão e por isso Patrícia sempre que pode faz serviços agendados no Salão mais famoso da Lapa.
Dondocas conversando. Como todos os papos eram sempre Homem, amigas falsas e problemas familiares, as manicures já sabiam cada uma um trecho da vida dessas mulheres. As infidelidades, as falsidades umas das outras. Patrícia era curta grossa com algumas. Muitas vezes já foram reclamar a Judia pelo mau atendimento de Patrícia, mesmo com o serviço exemplar. Patrícia dizia as dondocas mais falsas a seguinte frase que as decepcionavam: “Meu bem não sou sua psicóloga e nem sua terapeuta, sou só sua manicure não tenho que ficar ouvindo seus problemas. Aliás, se quiser me contar, me paga um extra que eu abro um consultório.”. O que Judia mais gostava era o senso de humor de Patrícia.
Patrícia vai a uma loja de roupas. Vendedora próxima à vitrine, com uma feição de songa – modo de falar, pessoas meio lerdas- ao vê que era Judia que acompanhava Patrícia outra vendedora do lado disse baixo: “Caroço” – modo de dizer que um cliente só empata e não leva nada- Patrícia ia olhar uns vestidos e roupas, as duas vendedoras que acompanhavam as suas clientes conversavam sempre baixo. Amanda a vendedora mais lerda dizia- “Engole esse seu umbu menina” enquanto a outra reclamava da chatice da cliente que nunca se conforma com nenhuma roupa. Ao fim tinham quase uma estante de roupas reviradas e as duas só levaram um ou duas camisas. Ao sair da loja Patrícia recebe outra mensagem de Manuel- “vamos menina, permita-se alguma coisa”. Revoltada com o menino que sempre fica no pé dela, Patrícia diz a Judia tudo que está acontecendo e resolve encontrar o menino para colocar um ponto final na história. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário