Bolsa
verde e com brilhantes, o mesmo vestido vermelho do ultimo serviço. Parada de ônibus.
Sinaliza com a mão para que o ônibus pare. Cobrador boque aberto. Para frente
ao shopping e vai assistir a seu filme. Sessão das 15 horas, o filme: “Do
começo ao fim”, a história de dois irmãos que se apaixonaram. A cada cena de
amor, de declaração Patrícia comia uma jujuba. Sempre foi doida por jujubas e
quando vai assistir a filmes leva sempre uma barra de chocolate e jujubas. Meio
do filme declaração de amor de Thomas para Francisco; o telefone toca- mensagem
de Manuel- Patrícia desliga o celular.
Fim
de sessão, todos ligam o celulares. Mensagem de Manuel: “Eu sei que você piri,
sei que você quer seu cachorrão, dá uma chance vai”. Apesar de toda roupa de piriguete, de todo seu
estilo novinha Patrícia sempre foi muito conservadora em alguns aspectos, inclusive
quanto o trato a mulher. Iria responder a mensagem quando vê uma pessoa
conhecida, conhecida por demais. A pessoa era Bob que estava com o esposo de
Leocondina. A principio ela iria falar com os dois, mas observou uma intimidade
entre eles muito suspeita. Ficou de longe a vislumbrar a situação. Fora quando para
sua infelicidade o esposo de Leocondina a viu e a sinalizou; Bob ficou logo
meio desconfortável com a presença da namorada no resinto e do que ela poderia
perceber da situação. Patrícia vai até os dois, cumprimenta o esposo – Bruno-
de Leocondina, depois dá um beijo em seu namorado; o que deixa mais Patrícia
desconfiada é que Bob estava com um comportamento meio estranho. Despediu-se
dos dois, tinha um serviço ainda a noite na Lapa.
Noite,
Salão da Judia. O Salão da Judia era um salão popular na Lapa, as maiorias das
mulheres de altas, baixas ou médias classes frequentavam constantemente o
salão. Judia era amiga de Patrícia de infância, as duas se criaram no bairro do
Iburitã. Judia trabalhava como manicure assim como Patrícia desde nova e logo
abriu seu salão de beleza, as duas trabalhavam juntas no inicio do salão e por
isso Patrícia sempre que pode faz serviços agendados no Salão mais famoso da
Lapa.
Dondocas
conversando. Como todos os papos eram sempre Homem, amigas falsas e problemas
familiares, as manicures já sabiam cada uma um trecho da vida dessas mulheres.
As infidelidades, as falsidades umas das outras. Patrícia era curta grossa com
algumas. Muitas vezes já foram reclamar a Judia pelo mau atendimento de
Patrícia, mesmo com o serviço exemplar. Patrícia dizia as dondocas mais falsas
a seguinte frase que as decepcionavam: “Meu bem não sou sua psicóloga e nem sua
terapeuta, sou só sua manicure não tenho que ficar ouvindo seus problemas. Aliás,
se quiser me contar, me paga um extra que eu abro um consultório.”. O que Judia
mais gostava era o senso de humor de Patrícia.
Patrícia
vai a uma loja de roupas. Vendedora próxima à vitrine, com uma feição de songa –
modo de falar, pessoas meio lerdas- ao vê que era Judia que acompanhava
Patrícia outra vendedora do lado disse baixo: “Caroço” – modo de dizer que um
cliente só empata e não leva nada- Patrícia ia olhar uns vestidos e roupas, as
duas vendedoras que acompanhavam as suas clientes conversavam sempre baixo.
Amanda a vendedora mais lerda dizia- “Engole esse seu umbu menina” enquanto a
outra reclamava da chatice da cliente que nunca se conforma com nenhuma roupa.
Ao fim tinham quase uma estante de roupas reviradas e as duas só levaram um ou
duas camisas. Ao sair da loja Patrícia recebe outra mensagem de Manuel- “vamos
menina, permita-se alguma coisa”. Revoltada com o menino que sempre fica no pé
dela, Patrícia diz a Judia tudo que está acontecendo e resolve encontrar o
menino para colocar um ponto final na história.
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