segunda-feira, 7 de maio de 2012

Dançar



Inicio de manhã, o sol começa a bater quente sobre o chão. Patrícia está descendo as escadas do prédio onde mora. Bom dia para o porteiro e segue. Seu vestido vermelho na altura do joelho e com batom meio rosa, sua pele morena hidratada atraia o olhar de qualquer mulher, homem, menino, menina. Ela desce as escadas de seu bairro e é vislumbrada por Adilson que sempre baba ao olhar cada passada que Patrícia dá com aquele seu vestido vermelho, aquele decote no tomara que caia. Patrícia estava excepcionalmente linda naquele dia. Ela chega próximo de Adilson e o dá um beijo meia lua e vai. O menino procura o primeiro banheiro próximo a ele. –Não pensem besteiras-.
Ponto de ônibus. Sinaliza com a mão a parada do ônibus, os seios estão cada vez mais exposto e a motorista para admirada com a situação da menina. Entra no ônibus, o cobrador pausa alguns segundos até que Patrícia pede para que o mesmo cobre a passagem. Corredor de lotados, quase nenhum, nenhum lugar para passa entre as pessoas no corredor do ônibus. Jovens sentados nas cadeiras preferenciais de idosos, idosos em pé. Patrícia revolta-se com a situação e pede que uma estudante se levante e dê o lugar para a idosa. A menina revoltada com a situação briga com Patrícia.
-O que você tem haver com isso, sua...?
-Que eu saiba essa cadeira é para idosos.
-Minha tia nem disse nada e você fica falando. O que é que tem minha tia ir em pé só meia horinha. Não é não minha tia?
-Não precisa não minha filha, pode fica na cadeira- fala a idosa.
-Não minha tia, não é assim que a banda toca não. Levanta menina.
Todos no ônibus ficaram a favor de Patrícia e o cobrador pediu que a menina saísse do lugar. Claro que não foi bem o cobrador. Cobrador de ônibus na maioria das vezes está com o fone de ouvido ouvindo seus pagodes, funks dentre outros estilos. Quem mandou a menina levantar foi uma carinha que estava sentado logo atrás da menina.
Parada de ônibus. Patrícia desce frente à casa de seu serviço. Toca a campainha. O interfone pergunta quem é a pessoa que está. Patrícia responde que a prestadora de serviço. Entra na casa da mulher – A mulher se refere à Leocondina, senhora moradora do bairro de Iburitã.  – Leocondina entra na sala onde já se encontra Patrícia que minutos atrás fora ao banheiro da casa trocar-se; agora estava com uma roupa branca, com mangas, com sapato baixo e avental higienizado. Leocondina a chamou até a área. Telefone de Patrícia toca e a mesma pede alguns minutos a sua cliente que a concede. No celular era Bob seu namorado, cinco anos mais novo que ela, e que trabalha também com prestação de serviço. Patrícia nunca soube muito bem o ramo em que Bob trabalha, mas sabe que ele é representante de uma empresa. Bob liga para desmarcar o cinema de quinta a tarde; ele iria ter que atender a um cliente as três horas da tarde. Chateada Patrícia diz que tudo está bem e diz que precisa trabalhar.
Bob fala para seu cliente que está confirmado o horário das três horas, o local seria o motel Águas do Prazer próximo do bairro de Iburitã. Patrícia começa a tratar das unhas de Leocondina com maior cuidado. Ela presta serviço a Leo- como chamam os íntimos- já alguns meses e desde então Leo tem sido a melhor patroa de Patrícia. Leo recebi uma mensagem no celular; era seu esposo desmarcando o compromisso a tarde dando a mesma desculpa de Bob, estaria em uma reunião de trabalho com um fornecedor e não poderia comparecer. Após lê a mensagem Leocondina comenta os constantes cancelamentos de encontros entre ela e seu esposo. Seu filho Manuel aparece na sala comendo uma banana e dá um beijo na testa de sua mãe. – O beijo dado na testa de Leocondina é feito em sinal de respeito a mãe- Ele está indo para a faculdade terá uma prova de Calculo I e precisa revisar alguns assuntos com os amigos. Ao sai deixa o celular sobre a mesa.
Manuel foi embora e não notou que havia esquecido seu celular, ao perceber o ocorrido Patrícia alerta a Leo e diz que irá correr para vê se alcança o garoto na garagem. Patrícia sai correndo e quando chega vê o menino retornando atrás de seu celular. Quando Patrícia tocou as mãos de Mano- como sua mãe o chama- ela sentiu um calor diferente. O menino chegou próximo a ela e diz perto de sua orelha:
-Obrigado gatinha. – Diz com uma voz sussurrante.
-O que é isso menino? – Diz ela encabulada.
-Isso é um pouquinho que você pode ter se quiser. Me liga.
Manuel desde o inicio quando Patrícia começou a trabalhar para sua mãe a achava atraente e em todas as oportunidades em que os dois pudessem ficar sozinhos ele aproveitava para tentar galantear a garota. Sempre fiel ao seu namorado- Burra [vocês entenderão por que.]- Patrícia não se entregava o menino que era uns 6 anos mais novo que ela, usando palavras dela: -Quem gosta de leite ninho é neném, não eu.

Autor: L.A.Silva
Continua...


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